Quando um axônio está danificado, o segmento distal sofre degeneração de Waller, perdendo a bainha de mielina. O segmento proximal pode morrer por apoptose ou sofrer a reação cromatítica, que é uma tentativa de reparação. No SNC, a remoção sináptica ocorre quando os processos do pé glial invadem a sinapse passada.
Neurorregeneração – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
A neurorregeneração refere-se ao reparo de tecidos nervosos, células ou produtos celulares. Esse processo pode incluir a geração de novos neurônios, glia, axônios, mielina ou sinapses1. Existem diversos mecanismos complexos envolvidos na neurorregeneração:
Plasticidade sináptica: Refere-se à capacidade das sinapses (conexões entre neurônios) de se adaptarem e mudarem sua força de transmissão. Isso permite que o sistema nervoso se ajuste após lesões ou mudanças funcionais.
Neurogênese: É a formação de novos neurônios a partir de células-tronco no cérebro. Embora mais comum em áreas específicas, como o hipocampo, a neurogênese também pode ocorrer em outras regiões.
Remielinização: A mielina é uma substância que envolve os axônios, facilitando a condução dos impulsos nervosos. Após danos, células especializadas chamadas oligodendrócitos podem regenerar essa bainha de mielina.
Formação de novas conexões neurais: Após lesões, o sistema nervoso pode criar novas conexões entre neurônios para compensar a perda de função.
Embora o sistema nervoso periférico (PNS) tenha uma capacidade intrínseca de reparo e regeneração, o sistema nervoso central (SNC) é, em grande parte, incapaz de se auto-reparar e regenerar. Atualmente, não há tratamento eficaz para recuperar a função nervosa humana após lesões no SNC1. Pesquisas continuam a explorar maneiras de otimizar o ambiente para a regeneração neural e descobrir novas abordagens para restaurar a funcionalidade nervosa após danos1.
A neurorregeneração artificial é uma área de pesquisa que busca desenvolver métodos e técnicas para estimular a regeneração de tecidos nervosos por meio de intervenções artificiais. Embora o sistema nervoso central (SNC) tenha limitada capacidade de auto-reparo, avanços científicos têm explorado estratégias promissoras:
Terapia celular: Células-tronco, especialmente aquelas derivadas de diferentes fontes, mostram resultados promissores na regeneração nervosa. Elas podem se diferenciar em neurônios e contribuir para a recuperação funcional1.
Tubulização com elementos bioativos: O uso de tubos bioabsorvíveis com liberação controlada de fatores bioativos otimiza o reparo nervoso. Isso promove maior mielinização e crescimento axonal nos nervos periféricos1.
Plasma rico em plaquetas (PRP): Além de liberar fatores de crescimento importantes, o PRP serve como um veículo para estimular a proliferação de células específicas no reparo de nervos periféricos1.
Embora ainda haja desafios, essas abordagens oferecem esperança para a regeneração neural, especialmente em casos de lesões periféricas1.2
A neurorregeneração artificial enfrenta vários desafios significativos. Alguns deles incluem:
Complexidade do sistema nervoso: O sistema nervoso é intrinsecamente complexo, com uma variedade de tipos celulares, conexões intricadas e funções específicas. Criar intervenções que sejam precisas e eficazes para regenerar tecidos nervosos é um desafio técnico.
Barreiras físicas e bioquímicas: O ambiente neural apresenta barreiras físicas (como a barreira hematoencefálica) e bioquímicas (como a inibição de fatores de crescimento) que dificultam a entrega de terapias regenerativas.
Rejeição imunológica: Implantes ou células transplantadas podem ser rejeitados pelo sistema imunológico do hospedeiro, prejudicando a eficácia da neurorregeneração artificial.
Integração funcional: Mesmo que a regeneração ocorra, garantir que os novos tecidos se integrem funcionalmente ao sistema nervoso existente é um desafio crítico.
Eficácia a longo prazo: Muitas abordagens mostram resultados promissores em curto prazo, mas manter a eficácia ao longo do tempo é um desafio, especialmente em doenças neurodegenerativas crônicas.
Segurança: Qualquer intervenção artificial deve ser segura e minimizar riscos para o paciente.
Pesquisadores continuam a enfrentar esses desafios, buscando soluções inovadoras para promover a neurorregeneração e melhorar a qualidade de vida de pacientes com lesões ou doenças neurológicas.