Por higiene racial é designado um conjunto de políticas sancionadas no século XX, em que há a seleção, pelo Estado, dos seres humanos com as melhores capacidades físicas, intelectuais e morais para gerarem a próxima geração (à seleção dos reprodutores) e a esterilização de seres humanos menos capazes, com um estreito alinhamento com a saúde pública e a eugenia1. Essa prática foi historicamente vinculada às noções tradicionais de saúde pública, mas geralmente com um reforço da ênfase na hereditariedade. A ideia de que era necessária vigilância ativa sobre a hereditariedade humana e, talvez, tomar medidas coercivas (como a esterilização obrigatória de seres humanos com características desfavoráveis e subversivas) teve muitos adeptos nos meios científicos e políticos no início do século XX. O termo “higiene racial” foi introduzido pelo eugenista alemão Alfred Ploetz em 1895. No entanto, nos anos 30, sob a perícia do eugenista Ernst Rudin, essa ideia foi abraçada pelos seguidores da ideologia nazista, que exigiam a pureza racial “ariana” e condenavam a miscigenação. Essas políticas tiveram um papel fundamental no Holocausto, o esforço nazista para limpar a Europa de judeus, ciganos, sérvios, poloneses, negros, multirraciais, homossexuais, dissidentes políticos, comunistas, doentes mentais e insanos1. Após a Segunda Guerra Mundial, essas tentativas foram amplamente consideradas cruéis, brutais, racistas e pseudocientíficas.