A guerra nuclear é inevitável Para lutar nesta nova situação é preciso estabelecer as
defesas nucleares e sobreviver ao
ataque inimigo.
Em outras palavras significa atingir o inimigo e não receber danos ou minimizar os danos de um ataque nuclear.
Com isso podemos estabelecer uma
defesa nuclear cujo objetivo é estar preparado para uma
batalha prolongada nuclear, onde o inimigo também use as mesmas técnicas de defesa nuclear descritas aqui.
Fundamentalmente a nossa
Defesa nuclear consiste em se defender de qualquer ataque nuclear, assim ter condições de fazer inúmeros outros ataques, segundo, terceiro, até não sobrar mais munições.
O
ataque total garante a destruição do alvo, é muito difícil se defender de um ataque com todo arsenal nuclear, mas isso é somente utilizado em caso de
vingança estratégica ao receber o primeiro ataque.
Garantia da Capacidade de Ataque (Ofensiva como Defesa)
O objetivo primário de qualquer potência nuclear que acredita na inevitabilidade de um ataque é garantir o
Segundo Ataque (
Second-Strike Capability).
O que é: É a capacidade de uma nação absorver um primeiro ataque nuclear maciço do inimigo e ainda assim ter forças nucleares suficientes para lançar uma retaliação devastadora.
Significado para a Defesa: Se o inimigo souber que não pode destruir a sua capacidade de resposta, ele é dissuadido de atacar primeiro.

Tipos de Defesa Nuclear em Combate
Defesa Ativa:
Objetivo: Destruir os mísseis inimigos em pleno voo.
Exemplos e Táticas: Utilização de
Sistemas Antibalísticos (
Missile Defense). Isso inclui o emprego de
mísseis interceptadores (como o
GMD ou
THAAD) para derrubar
ogivas balísticas que se aproximam antes que possam atingir seus alvos.
Defesa Passiva (Militar)
Objetivo: Proteger forças e estruturas críticas do impacto de um ataque nuclear.
Exemplos e Táticas: O "
Endurecimento" de Alvos, que envolve colocar
silos de mísseis, centros de comando e aeronaves em
bunkers subterrâneos e reforçados. O objetivo é garantir que esses ativos sobrevivam ao primeiro ataque e permaneçam operacionais.
Defesa Passiva (Logística)
Objetivo: Garantir a mobilidade e a dispersão das forças de ataque para que não sejam eliminadas em um único golpe.
Exemplos e Táticas: A utilização de
Submarinos de Mísseis Balísticos (
SSBNs). Eles são considerados o elemento mais importante da capacidade de Segundo Ataque, pois sua discrição no mar os torna praticamente indetectáveis e imunes a um ataque surpresa inicial.
Defesa QBRN (
Química, Biológica, Radiológica e Nuclear)
Objetivo: Preparação para sobreviver aos efeitos imediatos e de longo prazo da radiação e da própria detonação.
Exemplos e Táticas: Implementação de
Abrigos e
Rotinas de Sobrevivência, que incluem planos de proteção civil, estoque de recursos essenciais e treinamento para tropas e civis sobre como lidar com a
precipitação radioativa (
fallout).
Basicamente é se defender do inferno, muita água deve ser mobilizada para diminuir o calor ou incêndios causados por impactos, capacidade de construir áreas de isolamento por concreto rapidamente e estruturar roupas e abrigos para operações de pós impacto.
Mobilização de Água para Mitigação (Calor e Incêndios):
As detonações nucleares causam uma imensa onda de calor (
thermal pulse) que pode iniciar "
tempestades de fogo" (
firestorms) em áreas urbanas. A mobilização de grandes volumes de água é essencial não apenas para apagar incêndios, mas também para resfriar reatores e equipamentos vitais não atingidos diretamente, e para
descontaminação de pessoal e equipamentos.
Capacidade de Construir Áreas de Isolamento (
Concreto Rápido):
Isso se refere à necessidade de criar rapidamente barreiras de proteção radiológica e reconstruir infraestrutura crítica. O concreto é o material mais eficaz contra a
radiação gama. A capacidade de construir abrigos de emergência, muros de contenção ou instalações de descontaminação de forma rápida é vital para proteger a força de trabalho sobrevivente.
Estruturar Roupas e Abrigos para Operações de Pós-Impacto:
O combate não termina após as detonações. Ele se transforma em uma luta para sobreviver e manter o comando.
Roupas de Proteção: O uso de
Equipamento de Proteção Individual (
EPI) contra a precipitação radioativa (fallout) e agentes QBRN é necessário para que as equipes de resgate, médicos e militares possam operar.
Abrigos Operacionais: Os abrigos precisam ser equipados não apenas para sobrevivência, mas para permitir que os líderes militares e civis continuem a comandar as forças de retaliação (o Segundo Ataque) e gerenciar a nação sobrevivente.
Nesta batalha, soldados convencionais são inúteis, contra tal poder de destruição apenas armas nucleares podem responder a altura, sendo assim é fundamental preservar a estrutura de lançamento, silos.
Silos (Endurecidos): Representam a primeira linha de retaliação e a capacidade de sobreviver ao ataque inicial. O "endurecimento" deles é a Defesa Passiva Militar no seu auge.
Submarinos (Móveis): Representam o seguro final (a Defesa Passiva Logística). Se os silos e as bases aéreas forem destruídos, os SSBNs garantem a capacidade de lançar a retaliação, o que torna o primeiro ataque do inimigo um fracasso estratégico.
Lançando o contra ataque
Depois de receber o primeiro impacto é necessário organizar e fazer o ataque, note que o ataque deve ser contínuo para a total destruição do inimigo. É provável que uma nação não suporte mais de um grande ataque nuclear maciço.
Destruição Máxima (Vingança): Em um cenário onde a nação sofreu um primeiro ataque maciço, o objetivo da retaliação não é apenas "punir", mas sim garantir que o inimigo seja tão devastado que não tenha mais capacidade de combate ou sobrevivência organizada. Isso se alinha com a
doutrina Countervalue (mirar em cidades e centros industriais) para aniquilar a sociedade do agressor.
Limitação do Conflito: O contra-ataque deve ser tão rápido e devastador que encerre o conflito imediatamente (pela aniquilação mútua), impedindo que o inimigo consiga lançar ondas subsequentes de ataque.
O Elemento Crítico:
Comando e Controle Nuclear Para garantir que o contra-ataque seja organizado, total e contínuo, o fator mais vulnerável e crucial é a Comunicação e Comando.
É por isso que as grandes potências investem pesadamente em sistemas que garantem a transmissão da ordem de lançamento, mesmo que o Presidente, o Primeiro-Ministro ou a liderança militar sejam mortos no primeiro ataque.
Postos de Comando Aéreos (e.g.,
Doomsday Plane): Aeronaves modificadas que servem como centros de comando e controle aéreo, projetadas para sobreviver a explosões e ao
Pulso Eletromagnético (
EMP).
Comunicações de Baixa Frequência (
VLF): Usadas para enviar ordens de lançamento a submarinos submersos, pois a água impede a passagem de sinais de rádio normais.
Sistemas de Lançamento Automático (O "
Dead Hand"): A Rússia possui o sistema
Perimetr (
Mão Morta), um sistema semi-automático ou totalmente automático que pode lançar o arsenal nuclear se detectar que o país foi atingido e que a liderança foi eliminada. Isso garante a "continuidade" e a certeza da retaliação, mesmo após a destruição total do estado.
Inimigo formidável
Em caso do ataque em larga escala do segundo ataque seja suprimido pelo inimigo, exatamente por usar as técnicas de defesa nuclear.
Isso significa que estará desprotegido, a nação já se defendeu e atacou com tudo, o inimigo fez apenas um ataque estratégico ainda tem forte arsenal nuclear.
Sendo assim ele pode fazer reparos em sua nação, pois um ataque total é muito mais brutal do que um ataque estratégico, ou tentar um ataque total.
Nesse momento o inimigo pode optar por:
Opção A: Fazer Reparos e Ditar a Rendição (Guerra Política/Tática)
Foco: Conservar o arsenal remanescente, usá-lo como ferramenta de coerção e iniciar a recuperação interna.
Justificativa: O inimigo já alcançou a vitória militar. Um novo ataque nuclear (total) só aumentaria o nível de destruição global, incluindo o fallout que inevitavelmente atingiria seu próprio território (principalmente se o ataque for contraforça, aumentando a precipitação radioativa).
Ações Inimigas:
Imposição Imediata da Rendição: Exigir uma rendição total através de comunicações de emergência, ameaçando um ataque total imediato.
Uso Tático: Usar o arsenal remanescente para atacar alvos específicos de alto valor militar (bases de comando de reserva, centros de transporte críticos) que ainda representam uma ameaça ou resistência.
Início dos Reparos: Começar a mobilizar os seus próprios recursos QBRN (Defesa Civil) para limpeza, descontaminação e reestruturação da sua nação, que também foi atingida, embora menos gravemente (pois o ataque que ele lançou foi "estratégico", não total).
Opção B: Lançar um Ataque Total (Aniquilação)
Foco: Eliminação completa de toda e qualquer capacidade de resistência ou foco de doença/caos no país atacado.
Justificativa: Garantir a aniquilação total para prevenir qualquer forma futura de retaliação (mesmo anos depois) ou resistência de guerrilha.
Ações Inimigas:
Ataque Contravalor Total: Lançar todo o arsenal nuclear remanescente em uma varredura total contra cidades, infraestrutura restante, e qualquer área populacional que possa gerar resistência. O alvo seria garantir que o país atacado cesse de existir como entidade organizada.
Risco: O custo de fallout e o impacto ambiental global (
Inverno Nuclear, etc.) aumentam drasticamente, afetando o próprio agressor.
A guerra nuclear vai causar assombro, por exemplo a reação do Japão, após os ataques a
Hiroshima (6 de agosto de 1945) e
Nagasaki (9 de agosto de 1945), foi uma mistura de confusão imediata, horror indescritível e, finalmente, uma decisão política de rendição.
Esta batalha é diferente de um combate de submarinos ou de aeronaves, onde cada disparo pode obter a vitória.
Com a defesa nuclear assegurada fica muito difícil saber qual é a real posição do inimigo, os danos são suficientes para deixá-lo fora de combate ou ainda pode realizar um ataque devastador?
O Desafio da Avaliação de Danos (
Damage Assessment)
Após um primeiro ataque, a nação agressora enfrenta o "
apagão" de informações:
Comunicações Destruídas: O Pulso Eletromagnético (EMP) e as detonações físicas destroem grande parte dos sistemas de comunicação, satélites e sensores.
Blindagem Inimiga: Os SSBNs (Defesa Logística Passiva) estão ocultos no fundo do mar, e os silos (Defesa Militar Passiva) estão endurecidos. É quase impossível saber, com certeza, quantos mísseis sobreviveram ao ataque e, crucialmente, se o sistema "Dead Hand" (Perimetr) foi ativado.
Velocidade e Pressão: O agressor tem apenas minutos para decidir se lança um segundo ataque para suprimir a retaliação ou se espera, arriscando ser atingido por um ataque que poderia ter sido prevenido.
A
Incerteza Como Defesa (
Dissuasão)
Essa incerteza não é um "defeito" do sistema, mas sim uma característica intencional da Defesa Nuclear. A incerteza funciona como uma defesa estratégica:
Aparência de Sobrevivência: Cada país faz o máximo para que seu arsenal pareça ter sobrevivido intacto, mesmo que não o tenha. A própria ameaça de que pode haver um Segundo Ataque devastador é suficiente para impedir o Primeiro Ataque.
O Dilema do
Agressor: O inimigo deve perguntar: Vale a pena arriscar um Segundo Ataque de 100 ogivas (suficiente para destruir todas as minhas cidades) com base na minha avaliação de que apenas 10% do arsenal inimigo sobreviveu? A resposta quase sempre é Não, pois o custo de um erro de cálculo é a aniquilação.
A Diferença de um "Disparo" Convencional
Se em um combate convencional, um disparo (de torpedo ou míssil) pode garantir a vitória (destruindo um navio ou aeronave), na guerra nuclear, o disparo mais importante é aquele que não é feito. A vitória pode ser definida pela abstenção de ataque.
Imagine que se atacar mais uma vez o inimigo pode estar apenas gastando o arsenal em um inimigo já derrotado, além disso ao não atacar mitigaria o efeito nuclear da radiação.
O tempo para confusão imediata, horror indescritível e decisão política, deve ser empregado para avaliar a situação.
Para o Agressor: O tempo é essencial para obter o máximo de dados possível sobre a destruição (avaliar se o Segundo Ataque foi de fato suprimido) antes de cometer-se a um ataque final, total e ambientalmente custoso.
Para o Atacado: O tempo é a chance de que o sistema de Comando e Controle (o Doomsday Plane ou o Dead Hand) consiga confirmar o ataque e lançar a retaliação, ou, se falhar, o tempo é usado pelos sobreviventes para buscar abrigos profundos e iniciar as rotinas de Defesa QBRN.
A retaliação automática
Alguns sistemas fazem os disparos após serem atacados, porém não são ataques totais.
Sendo este o sistema para o golpe de misericórdia eliminando o oponente em um ataque. Que elimina a avaliação de danos para uma perda aceitável de munição para confirmar a vitória.
Com mais um ataque tático pelo sistema é possível sobreviver a defesa nuclear ainda está em condições, assim a guerra se prolonga por mais tempo.
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