quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Estufas

 



Estufas: Um Ambiente Controlado para o Cultivo de Plantas

Uma estufa é uma estrutura fechada, geralmente construída com materiais transparentes como vidro ou plástico, projetada para criar um ambiente controlado para o cultivo de plantas.

Como funciona?

  • Captura de calor: A luz solar penetra na estufa, aquecendo o ar e o solo no seu interior. A estrutura transparente impede que esse calor escape rapidamente, criando um ambiente mais quente do que o exterior.
  • Regulação da temperatura e umidade: Através de sistemas de ventilação, aquecimento e umidificação, é possível controlar a temperatura e a umidade dentro da estufa, adaptando-as às necessidades de cada tipo de planta.
  • Proteção contra condições climáticas adversas: Estufas protegem as plantas de geadas, ventos fortes, chuvas intensas e outras condições climáticas que podem prejudicar o seu desenvolvimento.

Para que servem as estufas?

  • Cultivo fora da estação: Permitem o cultivo de plantas em qualquer época do ano, independentemente das condições climáticas externas.
  • Produção de alimentos: São utilizadas para a produção de hortaliças, frutas e flores em larga escala, garantindo um suprimento constante de alimentos frescos.
  • Pesquisa científica: Em laboratórios e universidades, estufas são usadas para realizar pesquisas sobre o crescimento de plantas e o desenvolvimento de novas variedades.
  • Hobbistas e jardineiros: Muitas pessoas utilizam estufas em casa para cultivar plantas ornamentais, temperos e pequenas hortas.

Tipos de estufas:

  • Estufas residenciais: Pequenas estufas utilizadas em casas e apartamentos para o cultivo de plantas ornamentais e hortaliças.
  • Estufas comerciais: Grandes estruturas utilizadas para a produção em larga escala de alimentos e flores.
  • Estufas de pesquisa: Equipadas com equipamentos especializados para realizar experimentos e estudos sobre o crescimento de plantas.

[Imagem de uma estufa residencial, comercial e de pesquisa]

Vantagens das estufas:

  • Produtividade: Permitem um maior controle sobre o crescimento das plantas, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos.
  • Proteção das plantas: Protegem as plantas de pragas, doenças e condições climáticas adversas.
  • Cultivo durante todo o ano: Possibilitam o cultivo de plantas em qualquer época do ano, mesmo em regiões com climas frios.
  • Versatilidade: Podem ser adaptadas para o cultivo de diferentes tipos de plantas, desde hortaliças até flores exóticas.

Em resumo, as estufas são ferramentas valiosas para o cultivo de plantas, oferecendo um ambiente controlado e protegido para o seu desenvolvimento. Seja para a produção de alimentos, para fins científicos ou como hobby, as estufas desempenham um papel importante na agricultura e na jardinagem.

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Biblioteca Eternidade 1: Capítulo 48, Eternidade 1 - Fatos 2020 e 2021.

Capítulo 48 – Nebulosa de Mercúrio

Eternidade 1: ETERNIDADE 1 - FATOS 2020 E 2021

Biodiesel

 


Biodiesel – Wikipédia, a enciclopédia livre

Biodiesel: Uma Energia Limpa e Renovável

O biodiesel é um combustível alternativo, renovável e biodegradável, produzido a partir de fontes naturais como óleos vegetais (soja, girassol, canola, etc.) e gorduras animais.

Como ele é produzido?

O processo de produção do biodiesel é conhecido como transesterificação. Nele, os triglicerídeos presentes nos óleos e gorduras reagem com um álcool (geralmente metanol ou etanol), na presença de um catalisador, gerando o biodiesel (ésteres metílicos ou etílicos de ácidos graxos) e a glicerina (um subproduto com diversas aplicações industriais).

Por que usar biodiesel?

  • Menor impacto ambiental: O biodiesel emite menos gases poluentes em comparação ao diesel fóssil, contribuindo para a redução da poluição do ar e do efeito estufa.
  • Renovável: As matérias-primas utilizadas para a produção do biodiesel são renováveis, o que diminui a dependência de combustíveis fósseis.
  • Biodegradável: Em caso de derramamento, o biodiesel se decompõe naturalmente, causando menor dano ao meio ambiente.
  • Reduz a dependência de petróleo: A utilização do biodiesel contribui para a diversificação da matriz energética e diminui a dependência de petróleo.

Quais as vantagens do biodiesel?

  • Combustível limpo: Emite menos partículas sólidas, enxofre e compostos aromáticos em comparação ao diesel fóssil.
  • Lubrificante natural: A presença de ácidos graxos no biodiesel confere propriedades lubrificantes ao combustível, o que pode prolongar a vida útil do motor.
  • Menor risco de corrosão: O biodiesel é menos corrosivo que o diesel fóssil, reduzindo o desgaste de componentes do motor.
  • Produção nacional: A produção de biodiesel pode gerar emprego e renda em diversas regiões do país.

Quais as desvantagens do biodiesel?

  • Custo: Em alguns casos, o biodiesel pode ter um custo de produção mais elevado que o diesel fóssil.
  • Disponibilidade: A produção de biodiesel pode ser limitada pela disponibilidade de matéria-prima em algumas regiões.
  • Problemas em baixas temperaturas: Em regiões com invernos rigorosos, o biodiesel pode apresentar problemas de fluidez.

Onde o biodiesel pode ser utilizado?

O biodiesel pode ser utilizado puro ou misturado ao diesel fóssil em motores a diesel, como os de caminhões, ônibus, automóveis e geradores. A proporção da mistura pode variar de acordo com as especificações do motor e as normas vigentes em cada país.

Em resumo, o biodiesel é uma alternativa promissora para a redução da poluição e da dependência de combustíveis fósseis. Suas vantagens ambientais e sociais o tornam um combustível cada vez mais atrativo para o setor de transportes.

Agrotóxico

 

Agrotóxico

Agrotóxicos, defensivos agrícolas, pesticidas, praguicidas, biocidas, agroquímicos, produtos fitofarmacêuticos ou produtos fitossanitários são designações genéricas para os vários produtos químicos usados na agricultura.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define pesticida ou praguicida como toda substância capaz de controlar uma praga que possa oferecer risco ou incômodo às populações e ao meio ambiente. Podem, ainda, ser definidos como substâncias ou misturas de substâncias destinadas a impedir a ação ou matar diretamente insetos (inseticidas), ácaros (acaricidas), moluscos (moluscicidas), roedores (rodenticidas), fungos (fungicidas), ervas daninhas (herbicidas), bactérias (antibióticos e bactericidas) e outras formas de vida animal ou vegetal prejudiciais à saúde pública e à agricultura.

Essa definição exclui fertilizantes e produtos químicos administrados a animais para estimular crescimento ou modificar comportamento reprodutivo.

A aplicação de agrotóxicos pode se dar durante a produção, armazenamento, transporte, distribuição e transformação de produtos agrícolas e seus derivados. Entre os agrotóxicos, também se incluem os desfolhantes, dessecantes e as substâncias reguladoras do crescimento vegetal ou fitorreguladores.

A produção, o armazenamento e o uso de agrotóxicos podem representar significativos riscos ambientais e à saúde humana. 

A legislação sobre agrotóxicos define os procedimentos obrigatórios para fabricação, compra e uso de agrotóxicos.

No Brasil e em diversos países do mundo, cada vez mais agricultores vêm produzindo alimentos sem uso de agrotóxicos, através da produção agroecológica e da orgânica.


Problemas causados pelos agrotóxicos conhecidos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou os efeitos tóxicos dessas substâncias em classe I (extremamente perigosos) até a classe IV (muito pouco perigosos). 



A maioria dos agrotóxicos de Classe I é proibida ou estritamente controlada não só no mundo industrializado mas também no Brasil, Argentina e outras potências agrícolas, embora possam não o ser em países emergentes, onde os agrotóxicos de classe I estão, muitas vezes, livremente disponíveis.

Os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica. 

Na aguda, os sintomas surgem rapidamente. 

Na intoxicação subaguda, os sintomas aparecem aos poucos: dor de cabeça, dor de estômago e sonolência. 

Já a intoxicação crônica pode surgir meses ou anos após a exposição e pode levar a paralisias e doenças como o câncer.

Num passado recente, houve um extensivo uso de agrotóxicos persistentes, os organoclorados.

Um organoclorado como o BHC pode resistir na natureza e no organismo humano por muitos anos, tendo se tornado um dos piores poluentes da história. 

Quando os malefícios e sua persistência foram divulgados, seu uso já estava difundido. 

Chegou-se ao ponto em que médicos prescreviam o uso de DDT, outro organoclorado perigoso, para o controle de verminoses e piolhos. 

Um resquício cultural desses tempos está no termo "dedetizar", que usamos quando nos referimos a expurgar baratas, moscas e outras pragas domésticas que ameaçam nossa saúde.

"Dedetizar" se refere ao tempo em que as casas eram pulverizadas com DDT sem que se soubesse do seu risco.

Convém lembrar que muitos dos mesmos princípios ativos usados como agroquímicos, e mesmo agrotóxicos, são também usados como medicamentos humanos diferindo apenas na concentração e forma de apresentação. 

Milhões de vidas têm sido salvas de verminoses, doenças fúngicas e várias outras por medicamentos que usam exatamente as mesmas moléculas usadas de outra forma para o controle de pragas e doenças agrícolas, pecuárias e também de animais de estimação.

Os agrotóxicos de longa persistência que foram usados no passado atualmente estão banidos, pois, além de serem compostos de alta toxicidade aos seres humanos, também persistem por vários anos nos ecossistemas, causando sérios desequilíbrios. 

Não é mais possível encontrá-los no mercado, e sua posse, transporte e uso são crimes previstos em lei com punição de multa, cadeia e destruição das lavouras onde tenham sido usados.

Os agrotóxicos podem representar graves consequências para nossa saúde e para o meio ambiente. O mecanismo mais comum de funcionamento dos agroquímicos e agrotóxicos é a inibição da enzima aceticolinesterase o que leva a um aceticolinesterase, o que leva a um excesso do neurotransmissor acetilcolina, produzindo um colapso sináptico generalizado e a morte do inseto por asfixia.

Como esse mecanismo de ação implica riscos humanos e animais, além de matar insetos benéficos e desejáveis, grandes verbas têm sido empregadas no desenvolvimento de novas moléculas com alta seletividade quanto às pragas-alvo. 

São substâncias atóxicas aos mamíferos e à maioria dos insetos, mas letais para a praga específica a que se destinam. 

Um exemplo são os inseticidas fisiológicos inibidores da síntese de quitina. 

Eles atuam somente sobre as lagartas nas plantas pulverizadas, inibindo a ecdise (troca de exoesqueleto), sem afetar nenhum outro inseto, nem mesmo os adultos dessas pragas, nem outras pragas que estejam atacando a mesma lavoura ou insetos que habitem as matas próximas.

Os organofosforados e carbamatos são os inseticidas mais utilizados atualmente. 

São absorvidos pelas vias oral, respiratória e dérmica.

Seu efeito é a alteração do funcionamento dos músculos, cérebro e glândulas.

As piretrinas são inseticidas naturais ou artificiais.

São instáveis à luz e, por isso, não se prestam à agricultura. 

São usados em ambientes domésticos na forma de spray, espirais ou em tabletes que se dissolvem ao aquecimento. 

São substâncias alergênicas e desencadeiam crises de asma e bronquites em crianças.

O herbicida Paraquat oferece grande risco se mal utilizado.

É um herbicida que mata a parte aérea de todos os tipos de plantas, não afetando seu sistema radicular. 

Porém é um íon altamente instável, que se decompõe rapidamente sem deixar resíduos. 

Na ausência de procedimentos regulamentares, contaminações com a substância causam lesões nos rins. 

Resíduos se concentram nos pulmões, causando fibrose irreversível.

Os principais clorofenóis são o "2,4-D" e o "4,5-T", que são cancerígenos. 

O agente laranja, usado na Guerra do Vietnã, é uma mistura do "2,4-D" e do "2,4,5-T".

Casos de intoxicação por agrotóxico

Em maio de 2013, uma aeronave agrícola da empresa Aerotex pulverizou agrotóxico sobre a Escola Municipal de São José do Pontal, localizada na região rural do município de Rio Verde, em Goiás. 

Como resultado, houve diversos casos de intoxicação aguda de trabalhadores (diretor, professores e demais servidores) e alunos de 9 a 16 anos. 

Nesse episódio, a pulverização teria sido feita sobre a lavoura de milho localizada a poucos metros da escola, não obedecendo aos limites mínimos de distância recomendados.

Logo após a pulverização em Rio Verde, os alunos e funcionários manifestaram sintomas como coceiras, enjoos, distúrbios respiratórios, dentre outros. 

Semanas depois do episódio, os sintomas persistiam, assim como a incompetência do Estado para tratar os atingidos.

 Houve, ainda, tentativas de diferentes partes em ocultar o caso.

Em 2006, quando os fazendeiros dessecavam soja transgênica para a colheita com paraquat em pulverizações aéreas no entorno da cidade de Lucas do Rio Verde, uma nuvem tóxica pairou sobre a cidade e dessecou milhares de plantas ornamentais. 

180 canteiros de plantas medicinais da cidade foram destruídos, além de plantas em 65 chácaras de hortaliças do entorno da cidade.

A chuva de venenos desencadeou surto de intoxicações agudas em crianças e idosos.

Posteriormente, estudo da Universidade Federal de Mato Grosso constatou a presença de agrotóxicos na chuva, na água dos poços, na urina de professores e, o mais grave, no leite materno. 

O Tamarron matou 16 pessoas em um ano na Costa Rica.

Milhares de jovens, às vezes com menos de 18 anos, são quimicamente castrados pelo DDCT (Bromocloropropano), que deixou de ser fabricado nos Estados Unidos em 1970.

Na União Europeia, uma pessoa só pode comprar fosforados após um curso de 60 horas e depois de receber carteira de autorização para usar o agrotóxico no município. 

Embora ainda não obrigatórios no Brasil, tais cursos são frequentes no meio rural e contam com grande procura, e se pode comprar os produtos com um documento assinado por um agrônomo responsável.

Boa parte das fábricas de agrotóxicos atualmente estão em países do Terceiro mundo, notadamente República Popular da China e Índia, embora a indústria química europeia continue contribuindo com grande parcela do suprimento brasileiro.

O uso negligente de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais, além de abortos, fetos com malformação, suicídios, câncer, dermatoses e outras doenças.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, há 20 000 óbitos por ano em consequência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas nos países em desenvolvimento, como o Brasil. 

Já foram registrados casos de transmissão de leucemia para o feto por mulheres que estiveram em contato com agrotóxicos durante a gravidez. 

Dado que essas substâncias são de fácil acesso, a ingestão de agrotóxicos é, também, o método de suicídio mais comum em todo o mundo, respondendo por um terço de todos os suicídios, sobretudo na Ásia, África, América Central e América do Sul. 

Os casos fatais são numerosos, particularmente em áreas rurais.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o uso intenso de agrotóxicos levou à degradação dos recursos naturais - solo, água, flora e fauna -, irreversível em alguns casos, levando a desequilíbrios biológicos e ecológicos. 

Além de agredir o ambiente, a saúde também pode ser afetada pelo excesso dessas substâncias.

Agrotóxicos orgânicos e biopesticidas

Estudos encontraram que a toxicidade e impacto ambiental de pesticidas e agrotóxicos de origem orgânica pode superar àquela de produtos sintéticos devido à necessidade de aplicação de uma quantidade maior para obter resultados semelhantes.

Mercado de agrotóxicos

Em 2008, o Brasil se tornou o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, segundo o Sindicato Nacional de Empresas de Aviação Agrícola. 

Seis empresas dominam o mercado de agrotóxicos no Brasil: Monsanto, Syngenta, BASF, Bayer CropScience, Dow AgroSciences e DuPont. 

Coincidentemente, as seis possuem patentes de sementes transgênicas autorizadas no Brasil. 

A modificação, em grande parte, torna as plantas de soja, milho e algodão resistentes aos agrotóxicos, permitindo, assim, aplicações mais intensas de veneno para inibir mais o crescimento de outras plantas concorrentes.

Em 2012, foram comercializadas 823 226 toneladas de agrotóxicos no Brasil, num crescimento de 162,32 por cento em relação ao ano 2000. Este volume representou um faturamento de 9,71 bilhões de dólares estadunidenses.

Considerando um estudo da Fundação Oswaldo Cruz que relaciona um gasto de 1,26 dólar estadunidense no Sistema Único de Saúde (SUS) para cada dólar estadunidense gasto com agrotóxicos, em 2012 o uso de agrotóxicos impactou o SUS em 12,2 bilhões de dólares estadunidenses.

Os estados brasileiros campeões de uso de agrotóxicos são: Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. 

Os cultivos que mais utilizam de forma absoluta agrotóxicos são: soja, milho, algodão e café.

Alternativas aos agrotóxicos

Atualmente, existem tecnologias consolidadas de produção de alimentos sem a utilização de agrotóxicos, transgênicos ou fertilizantes químicos. Existem diversas denominações para essas tecnologias, mas a tendência é que sejam agrupadas sob o termo agroecologia.

Na agroecologia, utilizam-se os policultivos como forma de manter a biodiversidade, de forma que insetos, plantas, bactérias e fungos convivam em harmonia, sem se reproduzirem de forma descontrolada. Na agricultura agroecológica, as "pragas" da agricultura convencional são tratadas como "desequilíbrios".

A fertilização do solo é feita a partir de adubos orgânicos, de restos de alimentos ou fezes de animais. Além disso, a correta utilização do solo com combinações de culturas evita o desgaste e mantém o equilíbrio dos nutrientes.

A agroecologia coloca-se em oposição ao agronegócio: enquanto este utiliza agrotóxicos, transgênicos e fertilizantes para produzir monocultivos de exportação, a agroecologia se preocupa em produzir alimentos saudáveis para camponeses e consumidores.


No Brasil

De acordo com a Lei Federal n.º 7.802/1989, "agrotóxicos são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento dos produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa dos seres vivos considerados nocivos."

Existem cerca de 15 000 formulações para 400 agrotóxicos diferentes, sendo que cerca de 8 000 encontram-se licenciados no Brasil, que é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos apontou problemas de contaminação em vários produtos agrícolas, como o pimentão, o morango e o pepino, que lideraram o ranking dos alimentos com o maior número de amostras contaminadas, em 2010.

Nessas amostras, a Anvisa detectou a presença de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e o uso de agrotóxicos não autorizados para essas culturas. 

Em 2019 o Brasil tornou-se o país onde mais se usa agrotóxicos no mundo. 

No mesmo ano, foi divulgado que é produzido em larga escala a sulfuramida, que é proibido no mundo todo, exceto no Brasil. Segundo estudo italiano, a sulfuramida está relacionado ao aumento da infertilidade masculina e também a diminuição do tamanho do pênis. 

Em julho de 2020, uma reportagem da Agência Pública e Repórter Brasil mostrou que existe um lobby que pressiona o governo para liberar agrotóxicos no Brasil. 


Literatura sobre os agrotóxicos

A primeira obra de grande impacto a denunciar o problema do DDT, em específico, e dos agrotóxicos, em geral, foi o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson.

No Brasil, um dos primeiros trabalhos a denunciar os agrotóxicos trazidos pela Revolução Verde foi o livro A Agricultura Ecológica e a Máfia dos Agrotóxicos no Brasil (1993), dos autores Sebastião Pinheiro, Nasser Yousseff Nasr e Dioclecio Luz.

Mais recentemente, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) lançou o "Dossiê ABRASCO: Impactos dos Agrotóxicos na Saúde" (2015). O Dossiê foi lançando em 3 volumes, em 2012, e foi expandido e atualizado em 2015.

Filmografia sobre os agrotóxicos

O Veneno Está na Mesa, documentário de Silvio Tendler (2011).

 O Veneno Está na Mesa 2, a continuação do primeiro, também dirigido por Silvio Tendler (2014). 

Nuvens de Veneno, dirigido por Beto Novaes (2013). 

Agrotóxicos, uma agricultura da morte, AS-PTA (2011). 

Pontal do Buriti - Brincando na Chuva de Veneno, de Dagmar Talga (2013)


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Capítulo 48 – Nebulosa de Mercúrio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Cactaceae

 


Cactaceae

Cactaceae é uma família botânica de arbustos, árvores, ervas, lianas e subarbustos representada pelos cactos ou catos. São aproximadamente 142 gêneros e 1793 espécies aceitas.  

Os ramos longos, geralmente suculentos e alguns até comestíveis, produzem folhas fotossintéticas e os caules curtos produzem folhas modificadas em espinhos ou conjunto deles; estípulas ausentes e fruto tipo baga. As flores dos cactos são grandes, sendo que muitas espécies apresentam floração noturna já que são polinizadas por insetos ou pequenos animais noturnos, principalmente mariposas e morcegos. Algumas espécies confundem-se com a família Euphorbiaceae.



São frequentemente usados como plantas ornamentais, e alguns na agricultura. São plantas pouco usuais, adaptadas a ambientes extremamente quentes ou áridos, apresentando ampla variação anatômica e capacidade fisiológica de conservar água. Os cactos existem em ampla variação de formatos e tamanhos. O mais alto é o Pachycereus pringlei, cuja altura máxima registrada foi 19,20 metros, e o menor é Blossfeldia liliputiana, quando adulta medindo cerca de onze milímetros de diâmetro.

Etimologia

"cacto" vem da palavra grega Κακτος (kaktos), vinda à língua portuguesa pela latina cactus. vem do grego. Κακτος era empregada antigamente para designar uma espécie de cardo espinhoso, e foi escolhida como nome genérico Cactus por Linnaeus, em 1753; hoje rejeitada em favor de Mammillaria.



Morfologia

Folhas

A família cactaceae apresenta diferenciação de ramos, sendo eles curtos ou longos. As folhas presentes nos ramos longos são fotossintéticas, alternas e espiraladas, com venação perinérvea ou inconspícua, variando desde reduzidas á ausentes. Já as folhas dos ramos curtos são modificadas em espinhos, frequentemente produzindo pêlos irritantes (gloquídeos), com metabolismo ácido das crassuláceas (CAM) (JUDD etal.,2009)



Flores

As flores são geralmente bissexuais, radiais e ligeiramente bilaterais, com hipanto curto a alongado, se abrem tanto de dia como de noite, dependendo da espécie.

Possuem inflorescência determinada, geralmente reduzida á uma flor solitária, ou inflorescências terminais, com flores inseridas no ápice de um ramo modificado (e, portanto, parecendo axilares) (JUDD et al.,2009).

Tépalas numerosas e em arranjo espiralado, geralmente livres, petalóides , ou as mais externas sepalóides e as mais internas petalóides e imbricadas.

Carpelos conatos e numerosos, ovário quase sempre ínfero, mas em algumas espécies de Pereskia semi-ínfero ou até súpero, com grande número de óvulos campilótropos; placentação geralmente parietal.

Androceu formado de numerosos estames, com anteras muito pequenas.

Fruto

Fruto do tipo baga, com a região externa portando nós e entrenós, geralmente com espinhos e/ou gloquídeos nas aréolas. Sementes numerosas (chegando até três mil unidades) medindo entre 0,4 e 12 milímetros de comprimento; ás vezes são cobertas por um arilo duro. Endosperma ausente, mas perisperma ás vezes presente; embrião geralmente curvo.(JUDD et al.,2009)



Caule

Os caules das cactaceae são no geral suculentos, cilíndricos, poligonais e de altura média; ás vezes são reduzidos á uma esfera ovóide ou disco, podendo ser articulados ou não. Em via de regra são armados com acúleos e/ou gloquídeos, inseridos geralmente nas aréolas.


A epiderme do caule geralmente apresenta estômatos, fitoferritina presente no floema, geralmente com alcalóides ou saponinas triterpenóides e presença de betalaínas (JUDD et al.,2009).

Apresentam também modificação caulinar em cladódios, estes com presença de clorofila e relativamente grande quantidade de água armazenada em seu interior, sendo assim de extrema importância nos ambientes áridos ou semi-áridos.

Distribuição

A família ocorre principalmente nas Américas do Norte e do Sul, porém Rhipsalis ocorre na África tropical, provavelmente carregada como sementes no trato digestivo de pássaros migratórios. Muitas espécies de Opuntia, popularmente conhecida no Brasil como figo da Índia ou Palma brava, foram introduzidas na Austrália no século XIX para serem utilizadas como cerca-viva e hospedeira de cochonilhas para produção de corantes, mas rapidamente espalharam-se pela natureza.

No Brasil a família não é endêmica, tendo sua distribuição confirmada no Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul) Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).

Os domínios fitogeográficos são Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal; mais especificamente ocorrem nos tipos de vegetação de Área Antrópica, Caatinga, Campo de Altitude, Campo de Várzea, Campo Limpo, Campo Rupestre, Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Igapó, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Perenifólia, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Manguezal, Palmeiral, Restinga, Savana Amazônica, Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos.


Adaptação à seca

Alguns ecosistemas, como os desertos, semi-áridos, caatingas e cerrados, recebem pouca água na forma de precipitação pluviométrica. As plantas que habitam estas áreas secas são conhecidas como xerófitas, e muitas delas são suculentas, com folhas espessas ou reduzidas.

Os cactus apresentam numerosas adaptações á ambientes secos. Ramos dimórficos e folhas reduzidas, alguns caules são fotossintéticos e apresentam tecidos que estocam ou acumulam água; outros apresentam folhas reduzidas e modificadas em espinhos protetores. O metabolismo CAM permite que os estômatos se abram durante a noite (economia de água) de modo a captar o dióxido de carbono que é estocado na forma de ácido málico e utilizado na fotossíntese durante o próximo dia.

Apresentam também um denso e abrangente sistema de raízes, sendo uma raiz pivotante profunda e caules com cutícula espessa e epiderme com estômatos em criptas. A concentração de sal nas células das raízes é relativamente elevada, de modo que quando a umidade eleva-se, a água possa imediatamente ser absorvida na maior quantidade possível.

Determinadas espécies desenvolveram folhas efêmeras, sendo estas folhas que duram um curto período de tempo enquanto um novo broto estiver ainda em sua fase inicial de desenvolvimento. Um bom exemplo de uma espécie de folhas efêmeras é a Opuntia ficus-indica, mais conhecida como figo da Índia. 

Polinização

Predomínio da polinização cruzada. As vistosas flores de Cactaceae são extremamente variáveis em forma e cor, sendo visitadas por diversos insetos, aves e morcegos, atraídos pelo pólen e pelo néctar. As bagas são dispersas por aves e mamíferos, sendo que alguns gêneros são parcialmente dispersos por formigas, atraídas pelos funículos carnosos das sementes. Os frutos de algumas espécies são espinhosos, o que promove o transporte externo por determinados mamíferos.



A formação do hipanto possibilitou o desenvolvimento de um tubo floral longo, de até 30 cm de comprimento, sendo este uma possível inovação chave para a família, pois permitiu uma maior diversidade de polinizadores para as flores.

Filogenia

Cactaceae é uma família monofilética, sendo que tal colocação é sustentada por numerosos caracteres morfológicos e dados de sequências de DNA. O gênero Pereskia retém inúmeros estados de caráter plesiomórfico como caules não suculentos, folhas bem desenvolvidas e persistentes, inflorescências cinosas, muitos estiletes e em algumas espécies ovário súpero com placentação basal. Todos esses estados estão ausentes nos outros integrantes da família (JUDD et al.,2009).

O resto da família, com exceção de Rhodocactus, forma um clado que é caracterizado pela presença de estômatos no caule e pela formação tardia da casca, o que promoveu a evolução da fotossíntese no caule (JUDD et al.,2009).

A maioria das espécies de cactaceae está inserida ora em Opuntioideae ora em Cactoideae, e estas subfamílias formam um clado sustentado pela presença de flores solitárias inseridas no ápice de um caule, e pela presença de ovário ínfero, sendo que este evoluiu independentemente em um grupo de espécies de Pereskia). Opuntioideae é monofilética e sustentada por sinapomorfias como a presença de gloquídeos nas aréolas, testa da semente coberta por arilo duro e caracteres de cpDNA.

A monofilia de Cactoideae é sustentada pela extrema redução ou ausência completa de folhas, sendo que muitas espécies apresentam caules costados, outra apomorfia. A família é taxonomicamente difícil, apresentando problemas na delimitação de gêneros e espécies (JUDD et al.,2009).

História

Entre as ruínas da civilização asteca, plantas com aparência de cactos são encontradas nas pinturas, esculturas e desenhos, com muitas imagens assemelhando-se ao Echinocactus grusonii. Este cacto, popularmente conhecido como assento de sogra, tem grande significado ritual pois sacrifícios humanos eram realizados nestes cactos. Tenochtitlan, o nome mais antigo da Cidade do México, significa "Lugar dos Cactos Sagrados". No atual Brasão do México existem uma águia, uma serpente e um cacto.



A longa exploração econômica dos cactos pode ser traçada aos astecas. Os índios norte-americanos, utilizam alcalóides produzidos por diversas espécies de cactos para cerimônias religiosas. Hoje, além de seu uso como produto alimentício (geléias, fruta, vegetais), seu uso principal é como um hospedeiro para o cochonilha, inseto do qual um corante vermelho carmim é obtido e utilizado na produção de Campari ou batom. Particularmente na América do Sul, cactos mortos, do tipo coluna, rendem valiosa madeira para construção. Alguns cactos também apresentam importância farmacêutica.

Desde o momento que os antigos exploradores europeus avistaram-nos, os cactos despertaram muito interesse: Cristóvão Colombo levou o primeiro melocactus à Europa. Seu interesse científico começou a despertar no século XVII. Em 1737, vinte quatro espécies eram conhecidas, os quais Linnaeus agrupou, formando o gênero "Cactus".



Do começo do século XX o interesse nos cactos aumentou significativamente. Isto foi acompanhado de sua elevação do interesse comercial, ocasionando consequências negativas que culminaram nas invasões de seus habitats nativos. Com grande número de admiradores, tanto por interesse científico como passatempo, ainda hoje novas espécies e variedades são descobertas anualmente.

Todos os cactos são cobertos pela Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES), e muitas espécies, em virtude de sua inclusão no apêndice 1 do CITES, são totalmente protegidas.

Alguns países têm uma atitude algo contraditória em relação à proteção das espécies. No México, por exemplo, ser flagrado no

ato de coletar cactos acarreta pena de prisão, entretanto os habitats dos cactos são destruídos para a construção de estradas e de

linhas de eletricidade novas. Alguns cactos são endêmicos de pequenas áreas, se este habitat for destruído, pela construção ou coleta, caso a espécie que cresce lá seja realmente endêmica, está perdida para a posteridade.

O povo Moche do antigo Peru louvava a agricultura e frequentemente representava os cactos em sua arte.

Usos

Os cactos, cultivados no mundo inteiro, são uma visão familiar em vasos ou em jardins decorativos dos climas mais quentes. Frequentemente fazem parte de jardins xerofíticos, jardins em regiões áridas, ou jardins ornamentais rochosos. Alguns países, tais como a Austrália, têm limitações no fornecimento de água em muitas cidades, assim plantas resistantes à seca estão aumentando em popularidade. Numerosas espécies atualmente tem seu cultivo amplamente difundido, tais como espécies de Echinopsis, Mammillaria e Círio entre outras. Alguns, tais como o cacto dourado do tambor, Echinocactus grusonii, são muito valorizados em projetos de paisagismo. 



Os cactos são comumente usados como cercas vivas onde há falta de recursos naturais ou de meios financeiros para construir uma cerca permanente. Isto é observado frequentemente em áreasa de climas quentes e áridos, tais como Masai Mara no Kenya (ver foto). Cercas de cacto são usadas frequentemente pelos proprietários e paisagistas como segurança. Os espinhos afiados do cacto intimidam pessoas desautorizadas a aventurarem-se em propriedades privadas, e podem impedir arrombamentos se plantados sob janelas e condutores próximos.

As características estéticas de algumas espécies, além de suas qualidades de segurança, tornam-nas uma alternativa considerável às cercas e muros artificiais.



Além de plantas de jardim, muitas espécies de cacto têm usos comerciais importantes, alguns cactos produzem frutas comestíveis, como o figo da Índia e o Hylocereus , que produz a fruta do dragão ou Pitaya. Opuntia são usadas igualmente como hospedeiros para criação das cochonilhas utilizadas na indústria tintureira da América Central.

A Lophophora williamsii, é um conhecido agente psicoativo utilizado pelos indígenas norte americanos do sudeste dos Estados Unidos. Algumas espécies de Echinopsis, antes Trichocereus, também apresentam estas propriedades.

O cacto de São Pedro, uma espécie comum de jardins, contém mescalina.

Entre os gêneros mais comuns em floriculturas se destacam os Acantocalycium, Aporocactus, Ariocarpus, Astrophytum, Cephalocereus, Cereus, Cleistocactus,

Copiapoa, Coriphantha, Echinocactus, Echinocereus, Stenocactus, Echinopsis, Epiphyllum, Espostoa, Ferocactus, Gymnocalycium, Hatiora, Leuchtenbergia, Mammillaria, Melocactus, Myrtillocactus, Neoporteria, Opuntia, Oreocereus, Parodia, Pereskia, Rebutia, Rhipsalis, Schlumbergera, Selenicereus, Stenocereus e Thelocactus.

Cultivo em vaso

Um bom substrato é essencial podendo ser composto da seguinte maneira: 50% de areia lavada de rio, 50% de terra vegetal. Pode ser acrescentado o húmus de minhoca na proporção de um terço do volume de terra vegetal. Os espécimes jovens não devem ser expostos diretamente ao sol o dia inteiro, precisando apenas de luminosidade intensa.

A rega não deve ser excessiva, pois pode apodrecer o cacto.



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Capítulo 48

Nebulosa de Mercúrio

Cactaceae

Eternidade1 - Fatos 2020 e 2021